Precisamos falar sobre:

Decolonização & descolonização do design

Uma iniciativa Meiuca Org para fomentar o diálogo sobre assuntos urgentes da nossa sociedade

Edição #3

A ideia dessa conversa é entender o conceito e relevância de se pensar decolonialidade. O design, assim como qualquer outro segmento, serve a uma organização social, com um sistema político e uma economia. E o design pode reforçar ou incomodar sistemas. Design decolonial é sobre pensar numa atuação que busque continuamente transgredir e lutar contra sistemas velados de colonização, imperialismo e opressão. Seja economicamente, considerando que a meritocracia e o neoliberalismo reinam, seja geograficamente, combatendo a glorificação de modelos do hemisfério norte, que trazem consigo sistemas que acabam por beneficiar apenas seus próprios interesses. Além disso, os aspectos étnicos e raciais também precisam ser considerados, pensando como incluir os povos indígenas, africanos e afro diaspóricos, asiáticos, dentre outros, em um sistema de produção de design. Em outras palavras, pensar como quebrar o padrão brancocêntrico na academia e no mercado desse nicho. Contexto sobre o assunto: O pensamento descolonial parte da ideia em que os padrões e traços coloniais simplesmente deixam de existir, como se pudéssemos esquecer ou não enxergar os resquícios da colonialidade. A partir desta provocação e da complexidade desse “desfazer colonial” é que surge a decolonialidade, que é o pensamento que busca transcender os padrões coloniais, identificando e debatendo as produções contra a colonialidade a partir das pessoas, suas construções e criações. Partindo deste ponto, e refletindo sobre o mercado em que atuamos, nos colocaram em um ciclo de reprodução e dependência do que nos é imposto. Tomamos isso como uma ‘verdade absoluta’. Isso faz com que nossos trabalhos autorais sejam vistos como algo experimental ou de pouco valor. Além disso, nossos entregáveis, que são vistos como inovadores e futuristas, mas que acabam se tornando instrumentos da manutenção da desigualdade. Como podemos nos movimentar para fazer a lógica reversa? Como podemos compartilhar nossos conhecimentos como um ponto de partida e não mais como um objeto de estudo?

A economia não está isenta do processo de produção de conhecimento que justificou o domínio colonial. Com isso, precisamos de uma abordagem econômica que entenda nossas complexidades enquanto sociedade, para criarmos um modelo econômico justo que reflita o nosso tipo de trabalho.
Se projetamos produtos a partir de referências do colonizador e ‘catequizamos’ as pessoas para que elas aprendam o ‘jeito certo’ de se resolver um problema, não estamos apenas reproduzindo as ações do colonizador?
Entendendo que quanto mais “soluções” colocamos na prateleira, maior é o número de “soluções” que cai em desuso. Como podemos projetar menos e resolver mais?

Precisamos falar sobre

O 'Precisamos falar sobre' é uma das formas que encontramos para gerar a conscientização e exploração de causas aqui na Meiuca. Mensalmente debatemos uma temática escolhida pelo nosso time, tentamos nos aprofundar nesse assunto durante este período e no final abrimos uma grande roda de conversa para estimular a reflexão coletiva. Convidamos pessoas especialistas nessa causa e pessoas entusiastas pelo tema para contribuir também!

veja como foi

Pessoas convidadas para falar sobre o assunto

  • Fernando França

    Nascido na ZL de São Paulo, filho de mãe solteira e nordestina. Designer negro e gay que há 10 anos procura gerar transformação social por meio do design.

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  • Giulia Fagundes

    Designer gráfica premiada, diretora da “Designers Negres no Brasil” e sócia do estúdio Daó. Visa um design mais heterogêneo, por meio de seus projetos.

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  • Mel Campos

    Mulher Preta, mãe, avó. Designer, educadora com MBA em inovação e empreendedorismo; Subcoordenadora da IN PACTO e Fundadora do Duma Estúdio Criativo.

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Quem faz o encontro acontecer

  • Rodrigo César

    Embaixador Meiuca

    Designer gráfico e ilustrador, hoje head de branding na Meiuca. Vê a redistribuição de renda e o engajamento das periferias como principal vetor de transformação social.

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  • Tuxu

    Designer

    Um Designer inquieto que defende a cultura open source dentro do design afim de decentralizar o conhecimento.

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  • Kevelyn Oliveira

    Ilustrador

    Designer e artista gráfico que busca enaltecer e valorizar as individualidades, pois acredita que elas são potências capazes de criar novas narrativas e transformar o mundo.

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  • Sabrina Rocha

    Intérprete de Libras

    Queer, Consultora de inclusão e UX acessível, desenvolvedora iniciante.

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  • Evellyn Záfferah

    Intérprete de libras

    Mulher trans, tradutora intérprete de Libras há 20 anos. ativista e militante LGBTQIA+ e pelos Direitos Humanos; Assessora de Pessoas com Deficiência; Acessibilidade e Inclusão.

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Para saber mais

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Quem fala sobre o assunto?

Pedro Oliveira

Referências utilizadas na construção dessa página

PEDAGOGIA DECOLONIAL E EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA E INTERCULTURAL NO BRASIL

Fernando França - Descolonizar o Design. O que é isso? - Xlab

Já falamos sobre

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